A Iniciativa desafia os reclusos selecionados a cuidar, educar e treinar cães “sem família”, tornando-os mais “adaptados” à vida em comunidade.
A “Pelos 2” assume uma posição pró-reabilitação, mudando vidas de forma ativa. Atua de forma sinergética na reabilitação de indivíduos: por um lado com os reclusos (dotando-os de ferramentas para poderem procurar uma vida ajustada em sociedade, reduzindo os conflitos promovidos entre pares, trabalhando competências de comunicação, entre outros); por outro com os cães (capacitando-os para a vida em família e potenciando a sua adoção).
Queremos criar uma segunda oportunidade uma oportunidade de reabilitar socialmente reclusos e cães sem família, para que ambos possam voltar a ter lugar digno na sociedade; uma oportunidade que fomente a criação de vínculos a responsabilidade e a ocupação útil de tempos livres.
No regime Ambulatório, os EP irão receber a equipa da Pelos 2 acompanhada pelos cães selecionados para integrar o programa, que ao longo do dia irão trabalhar com os diferentes grupos previstos em contexto prisional. Os cães serão recolhidos nas organizações protocoladas e transportados em viaturas equipadas para o efeito.
Os EP abrangidos por este regime de atuação da Pelos 2, preveem o alojamento para os cães pré-selecionados nas instalações dos EP em equipamentos instalados para o efeito, onde os reclusos irão cuidar, educar e treinar, assegurando o bem-estar dos cães durante toda a iniciativa – sempre acompanhados por profissionais da Associação, com formação em educação e treino canino.
Em qualquer uma das modalidades descritas anteriormente serão trabalhados grupos de seis binómios (educadores e aprendizes) em sessões de uma hora com frequência bissemanal. Nos restantes dias, os cuidados serão assegurados pela equipa da Associação em articulação com Embaixadores capacitados para o efeito.
As atividades (1) a (6) repetir-se-ão ao longo de cinco* ciclos por forma a abranger o número total de beneficiários propostos pela Pelos 2.
*Período em que o programa decorrerá sob o financiamento em curso. É nossa intenção manter o programa posteriormente, integrando as melhorias resultantes das necessidades auscultadas, resultantes da experimentação da metodologia em contexto real.
Seleção dos reclusos e cães e respetivo emparelhamento, pela equipa da DTC Social®, conjuntamente com as equipas dos EP e das organizações que trabalham com cães “sem família” envolvidas (respetivamente);
Sessão de apresentação da Pelos Dois aos reclusos pré-selecionados, através de uma sessão de Atividade Assistida por Cães ministrada pela DTC Social®, juntamente com a apresentação dos Direitos e Deveres dos envolvidos. Cada recluso deverá assumir (e assinar) um Termo de Compromisso em como tem intenção de participar na iniciativa e tomou conhecimento das suas implicações;
Formação teórica dos grupos de reclusos que integram a iniciativa, sobre competências de comunicação e treino canino baseado em reforço positivo, livre de força ou medo (com sessões dinamizadas na presença de cães treinados para integrar programas de Intervenção Assistida por Animais da equipa).
Nesta fase, serão formadas duplas com os beneficiários da Iniciativa (recluso e cão), mediante as suas características individuais e as Prioridades de Intervenção definidas para cada um, com o cruzamento de dados entre a Equipa DTC Social® (psicólogo(a) e treinadores) e as equipas dos Serviços de (Re)educação dos EP.
Fase durante a qual o recluso atenderá a todas as necessidades do cão a seu cargo, durante 3 meses, sejam: comida, água, limpeza dos espaços, banho, tempo de lazer e tempo de treino. Estão previstas sessões formais, com frequência bissemanal, em grupos de seis binómios, por parte dos treinadores da DTC Social® para acompanhamento da evolução do trabalho desenvolvido pelo recluso com o cão que foi confiado. Esta é a fase mais importante da Intervenção, ao longo da qual tanto o recluso como o cão deverão revelar sinais de crescimento socio-emocional.
No final do percurso dos binómios, haverá lugar a uma avaliação na qual os beneficiários demonstrarão os resultados obtidos com o seu trabalho. Pretende-se validar a aptidão do cão enquanto cão de família e a aptidão do recluso enquanto educador do mesmo.
Promover a sua inserção numa família
Capacitação para o dia-a-dia em comunidade (andar à trela, vir à chamada, obediência básica, ...)
Saber-estar (aceitar calmamente a aproximação de uma pessoa desconhecida, deixar-se manipular, ...)
Promoção da Saúde Mental
Desenvolvimento Pessoal e Social
Capacitação
Ocupação do tempo livre – de forma estruturante, educativa e útil
Não! A Pelos 2 visa a reabilitação de cães “sem família” que estejam para adopção.
Um dos objetivos da iniciativa é precisamente a integração dos cães participantes em novas famílias. O tempo de trabalho nos EP com cada animal permitirá uma avaliação mais aprofundada das características do mesmo, o que certamente ajudará, no processo de adequação comportamental do cão à vida quotidiana da futura família, propiciando o seu potencial de adoção. Permitirá ainda adequar as expectativas dos adotantes à realidade do animal, pois haverá um registo alargado das particularidades de cada um.
Paralelamente, a equipa da DTC Social® estará sempre atenta a traços distintivos dos animais participantes que possam apontar para a sua integração, não em famílias “normais”, mas em núcleos com funções específicas. Serão captados cães com temperamento que permitirão a continuação do trabalho iniciado na Pelos 2, para fins como: cães de busca e salvamento, cães de deteção, cães de ajuda social, entre outros.
Aqueles que não forem adotados no âmbito da iniciativa, nem captados para desempenharem funções específicas de trabalho, voltarão para o seu local de origem onde continuarão a aguardar adoção, com a mais-valia da aprendizagem prévia de competências úteis para o dia-a-dia da futura família.
A DTC Social ® valoriza a relação entre humanos e animais, fomentando as capacidades de comunicação entre ambos. Assenta em princípios de respeito mútuo e de preocupação com a satisfação de necessidades que garantem o bem-estar dos animais em todos os momentos.
As metodologias utilizadas e transmitidas aos reclusos são de base científica, baseadas nos princípios da aprendizagem através de condicionamento. Estas metodologias não só estão comprovadas pela sua eficácia, como são consideradas de vanguarda na área do comportamento animal. A equipa responsável pela formação e acompanhamento in loco da implementação da iniciativa tem experiência e formação em metodologias force free, isto é, sem recurso à utilização da força ou intimidação física ou emocional dos animais.
DTC SOCIAL powered by Associação Cães pelas Pessoas
PATA – Plataforma de Acolhimento e Tratamento Animal e SAVB – Santuário Animal Vida Boa
Parcerias para o Impacto da Estrutura de Missão da Portugal Inovação Social, como Investidor Social: Câmara de Gaia e Missão Continente
Nas pessoas APLIXAR e nos cães i3S UP.
Dashi Global, Fundação DingoNatura e ZU.